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Outras Palavras

De onde pode vir o dinheiro para a Renda Básica

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Por Maria Regina Paiva Duarte

O desemprego atingiu
14 milhões de brasileiros em dezembro. Ao mesmo tempo, o país
contabiliza mais de 200 mil mortes pela Covid-19.  Esses números
representam enorme sofrimento em todo o país, especialmente aos mais
pobres. Além do temor da contaminação, a demora da chegada da
vacina, a questão que mais preocupa neste final de ano é se haverá
ou não  prorrogação do auxílio emergencial em 2021.

Com o número de
mortes aumentando, sem prazo para imunização e a  precarização
profissional,  o governo federal já deveria ter anunciado a
manutenção da renda emergencial em 2021, para dar um mínimo de
conforto e esperança a uma população fragilizada, em que se
constata o aumento dos problemas de saúde mental e suicídios.

O Brasil é o sétimo
país do mundo com maior número de bilionários. São 42 pessoas com
fortunas superiores a 1 bilhão de dólares.  Estes bilionários
aumentaram em mais de R$ 170 bilhões sua riqueza na pandemia (só
entre março e julho), enquanto cresceu o desemprego e os pequenos
negócios quebraram. Este valor é maior do que todo o orçamento da
saúde pública  de 2020.  A fortuna acumulada em poucos
meses por apenas 42 pessoas daria para bancar  R$ 300,00 por mês
por dois anos para 23 milhões de pessoas, a partir de janeiro.

A riqueza total
estimada destes 42 ricos é de aproximadamente R$ 600 bilhões. Com
um imposto de 2% sobre essa fortuna seria possível arrecadar R$ 12
bilhões por ano, valor suficiente para garantir tratamento em
 Unidades de Tratamento Intensivo para 267 mil pacientes
infectados pela Covid-19.

Mais de 70
organizações da sociedade lançaram, em outubro, a campanha
Tributar os Super-ricos propondo oito medidas taxando apenas os 0,3%
mais ricos, arrecadando quase R$ 300 bilhões anuais.  

Argentina e Bolívia
já aprovaram a taxação de grandes fortunas. Chile, Peru e Equador
estão adotando também essas medidas que promovem justiça.  Na
América Latina, a estimativa é de que 45 milhões se tornaram
pobres na pandemia. De cada 100 pessoas, 77 estão vulneráveis à
fome.

No Brasil, o Imposto
sobre Grandes Fortunas está na Constituição desde 1988, sem
regulamentação. São 32 anos sem sair do papel.  

Somos o segundo país
em concentração de renda – estamos atrás apenas do Catar. O 1%
mais rico concentra quase 29% do total da riqueza. E a pobreza só
aumenta. Caímos cinco posições no Índice de Desenvolvimento
Humano, anunciado em dezembro: passamos da 79ª para 84ª posição.

Esta gigante crise
sanitária e humanitária exige outras saídas. E o governo tem
escolha. Não há mais como exigir que os mesmos paguem a conta com
mais “austeridade”, mais cortes no investimento público e nos
gastos, desmantelando ainda mais as políticas públicas.

Os pobres pagam mais
impostos que os ricos proporcionalmente. É fundamental tributar quem
de fato tem capacidade para contribuir e historicamente não foi
cobrado. As medidas propostas promovem justiça fiscal, desoneram os
mais pobres, pequenas empresas e redistribuem recursos a Estados e
Municípios.

A transferência de
renda faz bem a todos os setores, transforma-se em consumo das
famílias, mantém a economia funcionando. Em momentos de crise
aguda, o Estado deve assumir importância central, tanto para ampliar
a capacidade de atendimento da saúde pública, como garantir
proteção às pessoas que perderam sua fonte de renda.

É uma necessidade
imperativa que o governo federal assegure renda emergencial a cada
brasileira e brasileiro,  reféns desta situação extrema.

Sabemos que a
maioria dos parlamentares representam os interesses dos que possuem
altas rendas, patrimônios e heranças não declaradas ou
subtributadas. O Congresso é cúmplice em manter esses privilégios.

As propostas
legislativas da campanha Tributar os Super-ricos necessitam de 253
votos entre os 505 deputados.   Para isso é preciso vontade
política. Para ela existir é necessária  a pressão da
população brasileira e exigir justiça fiscal para salvar vidas.

Presidenta do
Instituto Justiça Fiscal

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