Bolsonaro compara preços de alimentos no Brasil aos dos EUA, onde salário mínimo é de R$ 13 mil mensais
Da Redação
O presidente Jair Bolsonaro apostou na ignorância de seus seguidores na live em que comparou preços de alimentos no Brasil com os dos Estados Unidos.
Foi uma tentativa de explicar a disparada de preços que está penalizando os mais pobres aqui.
O consumo de ossos, pés de frango e restos de peixe e a adoção da lenha e do álcool para cozinhar materializam isso.
Bolsonaro quer convencer o público que a inflação é um sintoma da pandemia e que está sendo registrada na Europa e nos Estados Unidos.
Ele disse que o preço da batata, por exemplo, é de 4 reais no Brasil e o equivalente a 15 reais nos Estados Unidos.
O presidente da República não disse de onde tirou os preços norte-americanos, pois eles variam enormemente de um estado a outro.
Ele também não explicou uma diferença óbvia entre os dois paises: o salário mínimo.
No Brasil, está em R$ 1.192,00.
Nos Estados Unidos, é variável.
Estados como Nova York, Connecticut, Florida, Massachusetts, New Jersey, Illinois, Maryland e Rhode Island já adotaram ou estão adotando gradualmente o salário mínimo equivalente a — pelo câmbio de hoje — R$ 13.198,40 mensais, para quem trabalha 40 horas por semana. São 15 dólares por hora trabalhada.
Ou seja, relativamente ao norte-americano, o brasileiro está pagando mais caro pela batata!
Bolsonaro, na sua explicação simplória, também não disse que milhões de brasileiros estão sobrevivendo na informalidade, o que não lhes garante nem mesmo um salário mínimo por cabeça por mês.
O desemprego nos EUA está em 5,1%, contra 14,6% no Brasil, pelas estatísticas oficiais.
Tudo isso não é fruto apenas da pandemia de coronavírus, mas principalmente da política econômica do ministro Paulo Guedes, que manteve a dolarização dos preços de combustíveis e apostou no real desvalorizado para favorecer o agronegócio.
Com isso, penalizou os mais pobres e favoreceu latifundiários e a si mesmo.
O ministro da Economia tem cerca de U$ 10 milhões depositados em uma empresa offshore nas ilha Virgens britânicas, que ele poderá movimentar depois de deixar o cargo no governo Bolsonaro.
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