Aquele município, com toda a certeza e em mais e em alguns estados também, o médico tem a liberdade total para trabalhar com o paciente, total. E esse é o dever do médico, é uma obrigação e um direito dele. Não tem um remédio específico, ele trata da melhor maneira possível. Por isso, os índices foram lá para baixo. Jair Bolsonaro, mentindo sobre a cidade de Chapecó, em Santa Catarina.
Da Redação
A visita do presidente Jair Bolsonaro a Chapecó, em Santa Catarina, foi um espetáculo de mentiras, distorções e omissões, inclusive do prefeito João Rodrigues, do PSD.
O prefeito incentivou o chamado uso do kit covid pela população, mas diferentemente do que disse Bolsonaro durante a visita ao município, os índices de mortalidade de Chapecó são mais altos que os da região em que está situada, que os de Santa Catarina, do Sul e do Brasil.
A taxa de mortalidade em Chapecó está em 240,6 por 100 mil habitantes, mas de acordo com o painel do Conselho Nacional de Secretários de Saúde este mesmo índice na região Oeste de Santa Catarina, da qual Chapecó faz parte, é de 178,7.
Em todo o estado de Santa Catarina, a taxa é de 156,9. Na região Sul, é de 170,1 e em todo o Brasil é de 162,2.
É preciso registrar que Chapecó, como centro regional, recebeu pacientes de outros municípios e ficou com as UTIs tão lotadas que transferiu doentes de covid para o Espírito Santo.
Bolsonaro usou a visita para dizer que não haverá lockdown nacional contra a covid.
Não há nenhum indício de que o kit covid tenha reduzido a mortalidade na cidade e hoje, durante a visita, tanto o prefeito quanto Bolsonaro omitiram que Chapecó tomou medidas emergenciais de restrição de movimento entre 23 de fevereiro e 07 de março, quando, aí sim, os casos por dia cairam de 609 para 24, como se vê nos gráficos abaixo.